sexta-feira, 24 de agosto de 2012

Bollywood ganha distribuidora no Brasil


Um baiano vai fazer MBA em Londres e conhece um médico indiano que tem uma família ligada às artes em seu país natal. Anos depois, os dois decidem abrir uma empresa no Brasil para vender um produto ainda considerado exótico por aqui.

Com um pouco mais de música, a história poderia render um filme de Bollywood, apelido dado à indústria cinematográfica de Mumbai, a maior da Índia.

Mas Andre Ricardo Nascimento e Dinesh Sinha não querem muito drama, característica da filmografia daquele país, ao implantar a primeira distribuidora de filmes de Bollywood por aqui.

"O Brasil está mudando rápido e adquirindo interesse por outras culturas. Eu queria trazer algo da Índia que não existisse aqui, e o cinema indiano é o maior do mundo", diz Sinha, diretor da Bollywood Filmes.

O ponto de partida será nesta sexta (24) com a estreia de "Fanaa", sucesso de bilheteria de 2006 que rendeu no mundo todo cerca de US$ 22 milhões (R$ 44 milhões).

O drama de uma mulher cega que se apaixona por um revolucionário será exibido em 25 salas de oito cidades.

"Queremos ir além da ideia do circuito de arte, por isso apostamos no título de maior apelo comercial. É um filme bem rodado, com belas imagens e grandes atuações", conta Nascimento, gerente nacional da distribuidora.

"Cinema é a novela da Índia, e 'Fanaa' não é 'Malhação', mas uma novela das oito. Muitos lembram de Janete Clair quando assistem."

Apesar dos elogios, a dupla da Bollywood Filmes sabe das dificuldades para vencer o desconhecimento do brasileiro em relação ao cinema indiano. Para tornar "Fanaa" mais adequado, boa parte dos números musicais foram cortados da versão que estreia.

"Não vamos higienizar o produto. Deixamos duas músicas. Quem sabe da próxima vez os brasileiros peçam por mais canções?", torce Sinha.

Bancada por investidores em sua maioria indianos, a distribuidora é a representante exclusiva da poderosa produtora Yash Raj, de Mumbai, e seus responsáveis garantem que o lançamento de hoje não será um caso isolado.

"A chave do negócio é a persistência. É um negócio muito caro. Queremos ficar no Brasil a longo prazo e já temos uma lista de filmes que desejamos exibir", diz Sinha.

"Meu sonho é que o brasileiro queira ir ao cinema e se pergunte: 'Será que tem alguma opção de Bollywood?'", fala Nascimento.

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