Quando o ator Giancarlo Esposito encarnou o vilão Gus, magnata do frango frito e da metanfetamina no sudoeste americano, na série de TV "Breaking Bad", teve de se dedicar à ioga para conseguir mergulhar no personagem de poucas palavras.
Hoje, após uma saída barulhenta da série que o popularizou, ele procura se divertir montando cavalos e distribuindo pontapés no seriado pós-apocalíptico "Revolution", no qual vive o chefe miliciano de sorriso psicótico, Tom Neville.
"Depois de fazer um cara tão calado como Gus, estou adorando a fisicalidade de Neville. Foi o que me chamou a atenção", disse Esposito, 54 anos. "O maior desafio é caprichar nas cenas de ação. Eu levei umas porradas, sabe? Um garoto me acertou nas costelas, fiquei machucado por quatro semanas."
Neville é um dos líderes da guerrilha que agora controla os EUA, quinze anos depois de um blecaute obrigar a humanidade a viver novamente sem energia elétrica. Esposito circula imponente em seu cavalo e está atrás da família Matheson, cujos membros vivem como camponeses, embora um deles possa ter a chave para acabar com a escuridão.
O ator, que atualmente também faz parte do seriado de contos de fada "Once Upon a Time", tem longa carreira na TV e primeiro despontou no cinema no final dos anos 1980, ao atuar em quatro filmes com Spike Lee, incluindo "Faça a Coisa Certa" (1989), no papel de um encrenqueiro. Quando o diretor o chamou para reprisar o personagem 20 anos depois, ele não topou.
"Não queria fazer a mesma coisa, preciso olhar para a frente", disse. "Mesmo com 'Breaking Bad', quando me convidaram, era só para uma ponta e eu recusei. Não aguentava mais fazer pontas. Mas meu agente e minha ex-mulher me convenceram a assistir e vi que a série era algo diferente."
HERDEIRO DE LOST
Se "Revolution" lembrar "Lost" (2004-2010) pelos flashbacks e situações absurdas, não é mera coincidência. J.J. Abrams, cocriador de "Lost", é produtor executivo da nova trama e trouxe a atriz Elizabeth Mitchell, famosa como a médica Juliet da ilha perdida, para fazer a matriarca da família Matheson, Rachel.
Assim como no antigo seriado, sua história em "Revolution" é cheia de dúvidas. Seus filhos acreditam que ela esteja morta, mas Rachel reaparece trabalhando para os milicianos na tentativa de restaurar a luz.
"Ambos são seriados épicos baseados em personagens. E com cenários que são personagens também, embora sem fumaça preta", disse Mitchell, 42. "Todo mundo se pergunta o que faria sem energia. Eu não acordo e vou meditar. Eu acordo e checo meus emails no celular."
NA TV
Revolution
Série do Cinemax
QUANDO ter., às 20h30
CLASSIFICAÇÃO 14 anos
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