quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

Sobrevivente de família russa isolada do mundo continua a viver na Sibéria


A única sobrevivente de uma família russa que se afastou do contato com a civilização durante mais de 40 anos completa 70 anos vivendo no mesmo lugar em que foi achada, uma montanha a 1.800 m de altura e a 250 km de distância de qualquer povoado, nas profundezas da Sibéria.

A história de Agafia Lykov e sua família, contada em recente reportagem da revista do instituto Smithsonian,  foi descoberta em 1978, quando geólogos a bordo de um helicóptero detectaram sinais de presença humana em área supostamente inabitada no sul da então União Soviética.

Após chegar ao local com dificuldade, os geólogos encontraram numa cabana rudimentar o patriarca Karp Lykov e seus quatro filhos (Savin, Natalia, Dmitri e Agafia).

Descobriu-se que a família pertencia a uma seita ortodoxa fundamentalista --os Velhos Crentes, perseguidos desde os tempos do czar Pedro, o Grande (1672-1725)-- e tinha fugido para a Sibéria em 1936 para se esconder da ditadura de Josef Stálin (1878-1953), que matara um irmão de Karp.

Os Lykov desconheciam a Segunda Guerra (1939-45), e as crianças nunca haviam visto um pão. Isolados, improvisavam roupas e utensílios com materiais da taiga, a floresta siberiana. Em 1961, quando o inverno destruiu o que cultivavam, a mulher de Karp, Akulina, morreu de inanição.

Depois do contato com os geólogos, morreram os três irmãos de Agafia, em 1981, e Karp, em 1988. A sobrevivente persiste. "Deus proverá", disse ela no enterro do pai.

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