quinta-feira, 29 de novembro de 2012

São Paulo empata com a Católica e vai à Final da Copa Sul-Americana


Foi suado, sofrido, bem mais difícil do que os mais de 55 mil torcedores no Morumbi esperavam. Mas o São Paulo, com um empate por 0 a 0 com o Universidad Católica, garantiu vaga na decisão da Copa Sul-Americana e, pouco mais de seis anos depois (2.266 dias), voltará a disputar uma final de campeonato. A última foi no dia 14 de setembro de 2006, quando empatou por 2 a 2 com o Boca Juniors, da Argentina, e perdeu a Recopa Sul-Americana.

Assim como havia acontecido no duelo em Santiago (1 a 1), o Tricolor foi amplamente superior ao time do Universidad Católica e só não venceu porque parou nas grandes defesas do goleiro Tosselli. Mesmo assim se classificou graças ao gol marcado fora de casa.

Com a vaga na final, a equipe de Ney Franco aguarda o vencedor do duelo entre Tigre, da Argentina, e Millonarios, da Colômbia, que se enfrentam nesta quinta-feira em Bogotá, após terem empatado em 0 a 0 em Buenos Aires. Se os argentinos se classificarem, o primeiro duelo será na capital argentina e a grande decisão, no Morumbi. Caso os colombianos tenham êxito, o primeiro jogo será no Pacaembu (já que a casa tricolor estará sendo usada para o show da cantora Madonna) e o segundo, em Bogotá.

No Brasileirão, o São Paulo, já com a vaga garantida na fase prévia da Libertadores, despede-se no domingo, em clássico contra o Corinthians, no Pacaembu.

Polêmicas, lances violentos e grandes defesas de Tosselli

O primeiro tempo não foi muito técnico: jogo truncado, discussões, lances violentos e poucas jogadas de perigo. Logo no primeiro minuto, Luis Fabiano obrigou Tosselli a fazer boa defesa em chute de pé direito. A Católica, que em relação ao primeiro confronto teve Cordero e Peralta como novidades nas vagas de Sepúlveda e Pizarro, repetiu a estratégia da semana passada e abusou da violência. Peralta cometeu falta feia em Wellington e levou cartão amarelo. Sem que a arbitragem percebesse, Parot acertou o nariz de Lucas, que precisou deixar o campo com sangramento. A cada disputa de bola, os atletas se estranhavam em campo.

Com esse clima acirrado, o time chileno atingiu seu objetivo de suportar a pressão inicial do São Paulo. A equipe de Martin Lasarte marcava muito forte, principalmente pelo meio. Como Paulo Miranda e Cortez pouco subiam, Lucas e Osvaldo voltavam para buscar a bola no meio e se movimentavam muito para fugir da marcação. Em uma dessas escapadas, Jadson recebeu nas costas da defesa aos 21 e, cara a cara com Tosselli, bateu à esquerda do gol.

A pressão são-paulina era cada vez maior. A partir dos 25, a Católica não conseguiu mais passar do meio-campo. Jadson, novamente como elemento surpresa, recebeu de Lucas e bateu de pé direito, exigindo grande defesa do goleiro. Três minutos depois, Tosselli voou no ângulo esquerdo e evitou gol de falta de Rogério Ceni. Lucas seguia caçado por Parot, mas não se intimidava e continuava buscando as jogadas individuais.

O tempo passava e o nervosismo tomou conta das arquibancadas do Morumbi. Aos 41, Osvaldo recebeu de Jadson e bateu de pé esquerdo. Tosselli defendeu, evitou gol no rebote de Luis Fabiano, que ainda teve nova oportunidade na sobra, mas acertou a rede pelo lado de fora. Em nova polêmica no final, Wellington deu uma entrada fortíssima em Silva, por trás, e recebeu o cartão amarelo. Rogério Ceni deixou a meta, foi até o meio para reclamar e também acabou advertido pelo venezuelano Juan Soto. A confusão continuou após o fim do primeiro tempo. No caminho para os vestiários, Luis Fabiano discutiu com um membro da comissão técnica do time chileno. Nervosismo no segundo tempo

Nervosismo no segundo tempo

Os times voltaram sem alterações. A partida recomeçou exatamente como havia terminado em sua primeira parte: o São Paulo jogando e a Católica se defendendo com todas as suas forças. O time chileno voltou ainda mais recuado. As laterais são-paulinas seguiam bloqueadas, e, pelo meio, tudo congestionado. Lucas, em seu primeiro lance individual na etapa complementar, foi acertado por Costa, que levou amarelo. No lance seguinte, foi a vez de Silva ser advertido por derrubar Osvaldo. A torcida fazia sua parte nas arquibancadas e não parava de apoiar em um só instante.


A primeira grande chance perdida surgiu aos 13, quando Osvaldo fez grande jogada pela esquerda e tocou para Jadson, que dentro da área pelo lado direito, chutou por cima, para desespero de Luis Fabiano, que estava ao seu lado. Lucas, para tentar fugir da marcação, deixou a direita e foi para o meio. Ceni, em nova cobrança de falta, assustou Tosselli. Aos 18, após cruzamento de Wellington, Luis Fabiano não aproveitou falha de Martinez e perdeu grande chance.

Do lado chileno, Lasarte mexeu pela primeira vez e tornou a equipe mais ofensiva com a entrada do atacante Ovelar na vaga do volante Silva. A mudança de estratégia se deu pelo passar do tempo e pela obrigação de marcar ao menos um gol, já que o 0 a 0 classificaria o dono da casa. No entanto, faltava qualidade técnica para levar perigo. Tanto que a primeira chance de gol surgiu aos 32, em cabeçada sem perigo de Peralta.

Foi aí que a torcida pediu Paulo Henrique Ganso, e Ney Franco atendeu, sacando Jadson para a entrada do ex-santista. O camisa 8 foi ovacionado assim que entrou em campo. Aos 34, Luis Fabiano teve a chance da vitória nos seus pés. Ele recebeu passe açucarado de Lucas e, cara a cara com Tosselli, chutou em cima do goleiro, em vez de tocar para Ganso, que estava livre ao seu lado e fatalmente marcaria o gol.

No final, a Católica, enfim, se abriu. O time chileno foi ao ataque, dando espaço para o Tricolor, que, no entanto, não sabia encaixar os contragolpes. A pressão foi grande. Até o goleiro Tosselli se lançou à área de Rogério Ceni. Em vão. O empate em 0 a 0 foi suficiente para o São Paulo, que chega à sua primeira final de Copa Sul-Americana.

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